Cusco [Peru] os Incas

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Algumas curiosidades sobre os Incas

Cultivavam a cocaína, mas, antecipando a legislação atual, proibiam seu uso, que era autorizado apenas aos mensageiros dos correios da época que corriam extenuados e precisavam de uma injeção de ânimo em suas carreiras.

Desenvolveram a batata, alimento calórico resistente que podia ser plantado do nível do mar a grandes altitudes. A batata foi levada para a Europa e salvou os ingleses da fome.

Os Incas não desenvolveram a escrita. Por isso, muito da sua cultura se perdeu e ficou envolta em mistério. Sua linguagem fonética diz muito de sua cultura. Por exemplo, por serem não militaristas, uma mesma palavra significava “militar” e “inimigo”. Por outro lado, havia grande quantidade de palavras para representar os diferentes estágios de embriaguez.

O sol era a grande santidade. Afinal, era o responsável pelo conforto do calor, muito importante numa região alta e fria. O sol também definia o regime da agricultura. O dia 21 de junho era a data mais importante do ano. Era o solstício de inverno, quando o sol mais se inclinava em sua trajetória durante o dia. E se ele continuasse indefinidamente a se afastar do alto do céu? Os sacerdotes controlavam seus movimentos e tentavam prendê-lo com construções de pedra que registravam esse santo dia. Por garantia, lindas virgens eram sacrificadas para manter satisfeito o poderoso deus. Imaginem a alegria da moçada quando o sol voltava a passar mais alto no céu nos dias que se seguiam ao 21 de junho?

Cusco [Peru] Machu Picchu

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Hiran Bingham, que descobriu as ruínas de Machu Picchu em 1911, descreve assim em seu livro A Cidade Perdida dos Incas, sua chegada ao santuário, quando encontrou índios vivendo no local:

“Pouco depois de meio-dia, já completamente exaustos, atingimos um pequeno platô coberto de grama a uma altitude de 600 metros acima do leito do rio. Ali, vários índios de boa índole, impressionados com nossa inesperada chegada, nos receberam com alegria, oferecendo vasilhas com água fresca e deliciosa. Então, eles colocaram diante de nós algumas batatas doces cozinhadas. Dois fazendeiros índios, Richarte e Alvarez, haviam recentemente escolhido esse ninho de águias para ser sua morada. Eles disseram que encontraram ali muitos terraços onde poderiam fazer crescer suas plantações. Rindo, eles admitiram que gostavam de estar ali livres de visitantes indesejáveis, tais como militares procurando “voluntários” ou cobradores de impostos.”

Estava descoberta Machu Picchu. Aquele local no alto da montanha, que servia para os índios plantarem e se esconderem das cobranças da sociedade, com o movimento turístico atual, produz cerca de um bilhão de dólares por ano para a economia peruana.

Fui a Machu Picchu no esquema de ir e vir no mesmo dia. Funciona. Entretanto, a proposta de viajar na véspera para Aguas Calientes, dormir lá e subir de manhã cedo de ônibus para assistir o nascer do sol nas montanhas oferece a oportunidade de ver o grandioso cenário de montanhas envolto na névoa. É espetacular. Com o jogo de luzes do amanhecer, o visual e fotos são uma maravilha.

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Cusco [Peru] viagem de trem Cusco a Machu Picchu

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Dá para ir e voltar de Machu Picchu no mesmo dia. Entretanto, a proposta de viajar na véspera para Aguas Calientes, dormir lá e subir de manhã cedo de ônibus para assistir o nascer do sol nas montanhas oferece a oportunidade de ver o grandioso cenário de montanhas envolto na névoa da manhã.

A viagem de trem de Cusco para Aguas Calientes é parte da beleza da visita a Machu Picchu. Não se esqueça de validar o tíquete que comprou pela internet, em um dos escritórios da Perurail na cidade. Há um na Plaza de Armas. Para pegar o trem de manhã deve-se ir até Poroy, na saída da cidade, onde fica a estação de trem. A ida do Centro de Cusco a Poroy leva 15 minutos. Um taxi para levar do Centro de Cusco à estação e pegar em Poroy na volta custou 90 soles (se você negociar pode sair mais barato). Para pegar o trem das 06h40minh dá pra sair de um hotel em Cusco por volta de 6h da manhã.

O trem Vistadome (veja foto acima) é uma boa escolha. Custa US$76 ou, US$104, se você adquirir incluindo o almoço no restaurante do hotel Sanctuary Lodge. O trem de luxo, chamado Hiram Bingham, custa a bagatela de US$389, só a ida. É um exagero, adequado àqueles que podem se permitir. Os luxos incluídos para quem comprar ida e volta incluem almoço gourmet, seleção de vinhos peruanos, ônibus especial para subir para Machu Picchu, guias para grupos de 14 pessoas e um chá depois da visita ao santuário. Deve ser bacana.

A viagem através dos vales que levam a Machu Picchu proporciona imagens magníficas para apreciar. A foto abaixo, mesmo aparecendo o reflexo do vidro do trem, dá o tom da beleza da região.

O lanche servido a bordo é agradável. A música ambiente é repetitiva e cansa um pouco. Teve um momento que me senti no Centro do Rio ouvindo aqueles grupos bolivianos. A região é linda. Não admira que os Incas tenham escolhido esta região para erigir Machu Picchu. No final da viagem o clima muda. Depois de Olantaytambo, surge uma floresta subtropical que lembra o Brasil.

Aguas Calientes

É uma pequena cidade na margem do rio Urubamba. Basicamente, é um conjunto de hotéis e restaurantes que dão suporte aos visitantes que passam a noite ali para visitar Machu Picchu. Dá pra trocar dinheiro na cidade, mas com taxas um pouco piores que em Cusco (por exemplo: Cusco- 259 soles/dólar. Aguas Calientes- 253 soles/dólar).

O trem das 06h40minh chega a Aguas Calientes por volta de 09h30minh. Deve-se tratar logo de pegar um dos ônibus que saem continuamente para o alto da montanha. Os bilhetes do ônibus para subir a montanha custam 17 dólares e podem ser pagos em soles ou dólares.

Depois de visitar Machu Picchu, há a descida de ônibus para Aguas Calientes. O horário do meu trem de volta ainda deixou tempo para bater perna na pequena cidade e vagar pelo mercado junto à estação de trem.

Retorno de trem

Depois da experiência de conhecer Machu Picchu, estava eu planejado e preparado para descansar da aventura. Afinal, levantara às 04h30minh, viajara de trem três horas e quarenta minutos, subira a montanha tal qual um Inca pretendendo se acercar dos seus deuses ou, menos honroso, um turista acabritado saltando pelas famosas ruínas. Pois é, tinha grande expectativa por me aquietar. Esta, entretanto, não era a intenção da companhia de trem Perurail. Vejam o relato da exótica viagem de volta. A foto ao lado, mostra o ambiente ainda tranquilo no confortável trem antes de começarem as atividades programadas pela Perurail para nosso retorno.

Depois de confortavelmente instalado na minha poltrona, torcia para que apagassem a luz e tivessem a sensatez de me deixarem dormir. Engano total. O enlouquecido gerente de marketing da Perurail tinha outras ideias e programara um show para preencher nosso tempo. Logo depois de servirem o lanche, começou o agito. Não posso dizer muito do espetáculo, pois me mantive firme com os olhos fechados durante a função. A música foi colocada nas alturas, num ritmo folclórico que remete ao nosso sofisticado bumba meu boi. Uma criatura portando máscara colorida e cabelos desgrenhados se movimentava possuído pelo corredor do vagão, instigando os passageiros a consumirem a energia ainda restante. O congraçamento de culturas aconteceu. Um grupo de jovens, aparentemente americanos do norte, motivados pelas cervejas consumidas com fartura na alta altitude, entraram no clima. A festa esquentou. Boa parte do trem entrou na brincadeira. As palmas ecoavam frenéticas. Os pobres fatigados do passeio que não embarcaram na festa que se danassem. Através de meus olhos entreabertos, quando eu despertava, pois acreditem, meu cansaço era justo, eu conseguia ter momentos de sono, percebi que aconteceu um tipo de desfile de moda ao som das músicas tribais que fluíam. Os manequins eram os comissários do trem que desempenhavam esta atividade com enorme boa vontade. Foi assim que se passou o primeiro e agitado trecho do nosso regresso a Cusco. Talvez pela minha idade madura, eu não tenha apreendido o sentido da proposta da Perurail. Deixo meu desejo: uma música amena ou nenhuma e luz reduzida teriam me dado a oportunidade de dormir ou meditar sobre a experiência mística de conhecer MP.

Cabe dizer que o retorno agitado no trem não tira o brilho da inesquecível experiência de ver Machu Picchu.

Cusco [Peru] Cuidados com a saúde

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Atenção: As dicas abaixo não são recomendações médicas. São fruto da experiência e dicas de outros. Para orientações formais, procure seu médico.

Efeito da altitude

É normal sentir os efeitos da altitude em Cusco (ou Cuzco), que está a 3.400 m de altitude. Os efeitos variam de pessoa para pessoa. A regra básica é não forçar o organismo, evitando bebidas alcoólicas e fumar. Você sentirá menos disposição. Procure andar devagar, controlando o esforço. O chá ou mate de coca é o santo remédio receitado por todos. Dica: Ao chegar à cidade, tome seu chazinho e deite-se no hotel por uma ou duas horas para deixar seu corpo se aclimatar. Depois, pode sair para uma primeira caminhada, com moderação. Continue reading “Cusco [Peru] Cuidados com a saúde”

Cusco [Peru] e Machu Picchu, viagem de 5 dias

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Roteiro

Propomos uma viagem de 5 dias para conhecer as terras dos Incas: Cusco e Machu Picchu. Esta viagem considera que você utilizará o voo da Avianca-Taca que parte 06h30min do primeiro dia. O retorno começa 14h30min do 5o dia com o voo Cusco-Lima. A conexão em Lima demora cinco horas. A chegada ao Rio, com o acréscimo de três horas devido ao fuso horário, só acontece 5h50min do 6o dia. Não contamos este 6o dia como parte da viagem pois nosso intrépido viajante chegará cedo, podendo passar em casa, tomar um banho e ir trabalhar. Assim, com 5 dias úteis, um carioca pode conhecer o básico de Cusco e Machu Picchu. O roteiro abaixo contempla as atrações top ten de Cusco. Na verdade, acho que são menos que dez atrações, mas há Machu Picchu, que vale por umas cinco. Segue resumo do roteiro:

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